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segunda-feira, 1 de junho de 2015

On 07:45 by Gazaniga in     No comments


Além de serem pessoas consideradas à frente de homens e mulheres de seu tempo, os grande pensadores brasileiros fizeram questão de colocar em prática toda a teorização acadêmica. E assim, entraram para a História. Aconteceu com Paulo Freire e seu método revolucionário de alfabetização. E também com Darcy Ribeiro e obras como o Parque Nacional do Xingu ou mesmo a construção da Universidade de Brasília. Nas mentes brilhantes do Brasil, ação e prática sempre andaram juntas.

Ruy Barbosa




Juiz, diplomata, escritor, filólogo, orador e tradutor de obras literárias. As habilidades do pensador Ruy Barbosa (1849-1923) são muitas. Um dos mais brilhantes intelectuais brasileiros, ele ajudou a organizar a república brasileira. Foi um dos principais defensores da causa abolicionista e da garantia dos direitos individuais dos cidadãos. Ruy Barbosa teve uma grande carreira política como deputado, senador e primeiro ministro da Fazenda depois da Proclamação da República (1889). Seu nome ficou conhecido internacionalmente depois da Conferência de Paz em Haia, na Holanda, em 1907. Defendendo o princípio da igualdade entre os países, Ruy Barbosa era chamado como "o águia de Haia".

Florestan Fernandes




Um dos mais importantes sociólogos que o Brasil já teve, Florestan Fernandes (1920-1995) teorizou assuntos diversos que vão desde a organização social dos índios tupinambás até os dilemas da sociedade subdesenvolvida no sistema capitalista. Defensor dos movimentos sociais como condição essencial para um ambiente democrático, o sociólogo foi perseguido pela ditadura militar e foi obrigado a deixar o País em 1969. Na ocasião, ele deu aulas nas universidades de Columbia e Yale, nos Estados Unidos, e na Universidade de Toronto, no Canadá. Uma das contribuições mais importantes de Florestan foi a reinvenção da pesquisa sociológica nacional graças a um modo de pensamento crítico e analítico que não existia até então.

Paulo Freire




Na lista dos grandes nomes de pensadores nacionais não poderia deixar de figurar o nome do filósofo e educador Paulo Freire (1921-1997). Dono de uma obra vasta, Freire influenciou o pensamento crítico em todo o mundo graças a seu método de trabalho. Conhecido como método Paulo Freire, essa técnica pedagógica contribuiu para a educação de milhões de crianças e adultos em todo o mundo. De acordo com Freire, é preciso formar cidadãos capazes de pensar por si próprios em vez de meros estudantes que decoram frases e fórmulas. Freire foi o brasileiro mais homenageado por instituições estrangeiras, com 41 títulos de "Doutor Honoris Causa" de universidades como Harvard e Oxford.

Darcy Ribeiro




O antropólogo mineiro Darcy Ribeiro (1921-1997) foi um grande defensor da causa indigenista. Antes de organizar o primeiro curso de pós-graduação em Antropologia, em 1955, ele produziu estudos com a Unesco e a Organização Internacional do Trabalho. Darcy Ribeiro criou o Parque do Xingu, fundou o Museu do Índio e foi um dos criadores da Universidade de Brasília, em 1961. Depois de ser perseguido pela ditadura militar, atuou como professor em diversas universidades sul-americanas. Seu livro mais influente é "O Povo Brasileiro", estudo que aborda a formação do Brasil tendo em vista cinco grandes grupos étnicos: o sertanejo, o crioulo, o caboclo, o caipira e o sulino.

Celso Furtado




O economista brasileiro Celso Furtado (1920-2004) é considerado um dos mais brilhantes intelectuais de todo o século 20. Teorizando sobre estados desenvolvidos e subdesenvolvidos, Furtado ousou divergir da teoria dominante do papel onipresente do Estado na economia. Nascido na Paraíba, concluiu doutorado em Economia na Universidade de Sorbonne, na França. Em seguida, mudou-se para o Chile, onde fez parte do CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina), órgão da ONU criado para incentivar a cooperação econômica. Em sua obra mais famosa, "Formação Econômica do Brasil", Furtado buscou elementos na História da Economia do Brasil para encontrar as raízes dos problemas que o País estava vivendo.

Caio Prado Júnior




Caio Prado Júnior (1907-1990) foi o primeiro historiador a utilizar as ideias de Karl Marx no estudo da História do Brasil Colonial. O paulista foi um intelectual com grande participação política. Até que, decepcionado com as formas de governo na chamada República Nova (1946-64), o historiador se aproxima do marxismo utilizando-o como ferramenta de pesquisa intelectual. Sua obra-prima é o livro "Formação do Brasil Contemporâneo - Colônia", na qual ele analisa os conhecimentos históricos a partir da ótica da época, um posicionamento que não havia entre os historiadores brasileiros de então. Por isso, a obra se estabeleceu como um completo quadro do Brasil Colônia.

Madre Cristina




Madre Cristina (1916-1997) foi uma pensadora brasileira que ousou relacionar psicologia e religião para enfrentar os abusos cometidos pelos homens. Ela estudou Filosofia, Pedagogia e Psicologia, além de integrar a Congregação de Nossa Senhora - Cônegas de Sto. Agostinho. Para ela, a Igreja devia se voltar totalmente às causas sociais e assumir uma proposta revolucionária na sociedade. Engajada politicamente, ela ajudou a organizar a Juventude Universitária Católica (JUC) e atuou na União Nacional dos Estudantes (UNE) nos anos 1960. Fez estudos pioneiros em psicodrama e terapia de grupo. Nos anos 1970, fundou o Instituto Sedes Sapientiae, uma instituição aberta às discussões sociais

Otto Maria Carpeaux




Austríaco naturalizado brasileiro, o crítico literário Otto Maria Carpeaux (1900-1978) veio ao Brasil com sua esposa em 1939, pouco antes da explosão da Segunda Guerra Mundial. Escrevendo para o jornal carioca Correio da Manhã, Carpeaux provou ter talento e erudição para relacionar autores que eram pouco conhecidos do público brasileiro. Foi o início de uma prolífica carreira como crítico literário. Enquanto rabalhaca como diretor da Biblioteca da Fundação Getúlio Vargas, ele publicou sua obra mais importante. Em "História da Literatura Ocidental", traduzido no mundo todo, Carpeaux analisa de forma inovadora a obra de mais de oito mil escritores.

Gilberto Freyre




O pernambucano Gilberto Freyre (1900-1987) integra a galeria dos grandes sociológos do mundo. Sua obra-prima é "Casa Grande e Senzala", livro publicado em 1933 que contestava grande parte das ideias então vigentes na classe intelectual brasileira. Contra as doutrinas racistas de branqueamento, Freyre mostrou que o determinismo climático ou racial não tiveram nada a ver com o desenvolvimento do País. Grande parte da pesquisa dele foi feita via relatos orais e documentos pessoais do próprio autor, métodos incomuns na historiografia brasileira. Freyre recebeu o título de "Sir", uma honraria distribuída pela coroa britânica direto das mãos da Rainha Elizabeth 2ª.

Sérgio Buarque de Holanda




Pai do cantor Chico Buarque, Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982) foi um dos mais destacados historiadores que o Brasil já teve. Como jornalista e intelectual, participou ativamente do Movimento Modernista de 1922 e passou a trabalhar em diversos jornais do País. Em 1936, Sérgio Buarque publicou sua obra mais famosa: "Raízes do Brasil". Esse trabalho de fôlego aborda características centrais da História do Brasil tendo como base o processo de formação da nossa sociedade. Para ele, o legado colonial dos portugueses precisa ser vencido para estabelecer uma democracia política efetiva no Brasil.


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